Known Strangers
by gustavothecreator | Score: 3700
De repente uma névoa escura cobriu a sala. O engenheiro estóico se calou e desistiu das tentativas de conciliação: estávamos assombrados. Não havia o que fazer, não enxergávamos nada, as últimas lâmpadas acesas pareciam pedir socorro perdidas em seus watts fracos e piscantes. A sala vibrava em um zumbido horripilante enquanto a névoa pesava cada vez mais sobre nossas cabeças. O silêncio era assustador, mas mais ainda era o som da voz aguda de Wendy buscando-nos na escuridão, enquanto o que me fazia tremer era não ouvir mais a voz de William, que nunca tinha ficado tanto tempo em silêncio. De repente, a energia acabou e não havia watts suficientes que resolvessem esse problema: as luzes velhas de vidro estouraram em sincronia nos nossos ouvidos e a astrônoma gritou, enquanto nós todos estávamos paralizados sem conseguir alcançar um ao outro. A névoa pairava sob o teto, sem tocá-lo, deixando à mostra somento o relógio sombrio que parecia mais antigo que a escola. Depois de um breve silêncio ensurdecedor, todas as janelas, trazendo um vento bruto que tentava expulsar tudo o que havia na sala, como se estivéssemos em um avião a cair. Nós já imaginávamos, mesmo sem ter noção de que seria tão cedo, que eles haviam chegado. As criaturas que havíamos admirado por meses voltaram com uma missão. De repente, a névoa escapou pelas janelas e esvaziou a sala. Pude entender porque todos estavam em silêncio, exceto Wendy. Ela, assim como eu, usava os óculos de proteção do laboratório.